segunda-feira, 8 de agosto de 2011

ENTREVISTA COM O AUTOR: DENIS LENZI



Olha, pessoal! 


A Adriana Aguiar, da blog Diário de uma Poetisa, fez uma entrevista comigo. É a minha primeira entrevista e olha só que eu nem levei isso à sério, pois achava que isso não ia dar nada.  Eu estava tão acostumado como autor anonimato, mas somente a ficha caiu quando vi a minha entrevista já postada no blog dela. Foi surreal, mas que serviu como o meu primeiro passo como autor e se preparar mais para as próximas entrevistas (o que duvido, pois sou desajeitado e atrapalhado...sou um horror na entrevista..ah ah ah) Mas isso não quer dizer que o meu livro também seja um horror também, muito pelo contrário, contar uma história é uma coisa, mas sendo entrevistado é outra coisa, saca? ;-) Mas posso dizer a entrevista foi bem prazerosa e agradeço com todo o meu coração à Adriana por me dando a oportunidade de ser entrevistado.




ENTREVISTA COM O AUTOR







Sobre o autor:


Nome: DENIS LENZI
Pseudônimo:
Profissão: Agente Administrativo da escola municipal
Dados acadêmicos: Curso Superior Incompleto – Artes Visuais
Cursos Literários: Nenhum.
Prêmios literários: Nenhum.
Obras publicadas: O Entregador de Bonecos


Escrever, para mim, é:

Envolver com os personagens na história, captar e transmitir os sentimentos desses para os leitores. Mostrar, através das histórias de fantasia e de sobrenatural como um reflexo da nossa realidade cotidiana. Geralmente, são a parte emocional e psicológica que são transferidos para os papeis, assumindo em forma de personagens e suas formas de ver com o mundo. Meu estilo literário sempre será uma combinação de fantasia com a realidade, com algumas doses de violência.


Sobre a obra divulgada:


·        Porque escreveu esta obra?

Foi no inverno chuvoso de 1994 quando eu, na época tinha 19 anos, estava procurando uma história com seriedade, uma história que seja diferente, original, que não seja de vampiros, lobisomem, fantasma, serial killer, triangulo amorosos, mas com uma história diferente, única. Foi então que me lembrei da minha vizinha que morava ao lado, que criava os bonecos lindos e encantadores. Quando era criança costumava visitar na casa dela e lembrava (e ainda lembro) no interior da casa, o cheiro de madeira e dos panos acumulados dentro das várias caixas de papelões. Ela tinha montes de bonecos espalhados por toda a sala e até tinha um antigo relógio de cuco dependurada na parede. Uma lembrança marcante que será impossível de ser apagada. Foi então que comecei a escrever o livro, acrescentando personagens, eliminando alguns deles, foi um processo literário longo, exaustivo e ao mesmo tempo prazeroso para uma pessoa solitária que não tinha amigos e nem namorada. O livro é meu amigo e meu companheiro da minha solidão. O trabalho me consumiu por 17 anos e acredito que o meu livro amadureceu depois de todos esses tempos. É claro que, como acontece com maioria de escritores, ainda sente necessidade de melhorar o livro, como diálogos, cenas, novas cenas. 

·        Para quem esta obra foi escrita/dedicada?

A obra, primeiramente, é dedicada para a minha vizinha, a criadora de bonecos – Dona Flalmira. Acho que era esse o nome dela ou apelido. Ela tinha mudando para outro lugar anos antes de eu começa a escrever pela primeira vez com uma maquina de escrever portátil – uma Olivetti.  Também dedico o meu livro para as crianças que perderam suas auras de inocências, embora a minha obra não seja recomendada às crianças por causa do seu conteúdo adulto. Também é destinado para as pessoas que sonham um mundo melhor. Pode parece clichê, mas como mundo está ficando cada vez mais sombrio, nada melhor do que despertar a nossa imaginação com a esperança de transmitir as mensagens positivas ao mundo.

·        Quanto tempo a obra levou para ser escrita e em que ano foi terminada?

O livro nasceu no dia de inverno chuvoso de 1994 e terminou por volta de verão de 2010.

·        Qual a área em que esta obra se encaixa? (p. ex.: psicologia, drama, ficção, matemática, física, auto-ajuda, poesia, ficção científica, fantasia medieval, fantasia urbana, realidade contemporânea, contos, crônicas, humor, eróticos, espionagem, suspense, policial, terror etc.)

O livro se encaixa como ficção/fantasia urbana/realidade contemporânea, esse será o meu estilo literário.  Também um pouco de drama, por conta dos envolvimentos emocionais dos personagens em relação ao mundo inóspito.

·        Qual o público que, em sua opinião, irá se interessar por esta obra? (p. ex.: faixa de idade, profissão, classe social, religião, etnia, gosto literário etc.)

O livro é voltado para público juvenil e também para  adulto, daquele da classe média e que goste da literatura com linguagem mais acessível, dinâmica e que procura mergulhar no mundo imaginário, sem, contudo, deixar de  lado a realidade, uma vez que compreendê-la é importante para que possamos nos fortificar e lidar melhor com os desafios do dia-a-dia.Também é voltada para as pessoas sensíveis, que sensibilizarão com o protagonista David Forlin.

·        Qual foi o método utilizado para escrever esta obra? (p. ex.: intuitivo, baseado em outras obras, técnicas literárias didáticas etc.)

Utilizei o estilo literário de alguns autores estrangeiros que me influenciou a escrever a obra. O livro em fase inicial não tinha influencia, escrevi-o apenas como hobby, mas só depois de ver o potencial do livro como algo publicável, comecei a procurar um estilo literário. Narrativa com vocábulos difícies não é meu tipo. Gosto mesmo é leitura mais acessível e dinâmica. Mitch Albom é um grande exemplo para mim, com sua obra maravilhosa As Cinco Pessoas que Você Vai encontrar no Céu.

·        Que tipos de orientações estão contidas nesta obra?
O livro é para ser lido durante seu lazer e repouso. Não é livro de auto-ajuda como tem muitos espalhados por ai, mas é um livro para sonhar, refletir e emocionar-se com os personagens. O livro foi feito inicialmente para mim e da minha família. Se há alguém igual como eu, um sonhador, com certeza vai amar a história. É uma história que merece ser contada.

·        Que tipos de afirmações estão contidas nesta obra?

Há informações interessantes do meu livro depois de uma árdua pesquisa, pois, apesar de ser um livro de ficção, certas informações têm que ser críveis e plausíveis. Os cenários como Solvang e Nashville são reais e os alguns lugares existem, mas os outros são imaginários. Há um pouco sobre amish, a segunda guerra mundial relatada pela avó, enfim, há muitas informações no livro que podem interessar o leitor. O meu livro não fala sobre apenas os bonecos encantados e seu protagonista, mas é uma história bastante abrangente, que fala sobre amor, traição, a tragédia, o perdão, há muitas coisas no livro.

·        Quais são as mensagens que esta obra transmite ao leitor?

O livro fala sobre o sonho, da esperança, de não deixar a inocência e sensibilidade humana morrer dentro do cenário inóspito e violento. Os bonecos são os meios recursos para semear a esperança, da alegria e da vida nas pessoas. Há muitas mensagens positivas no decorrer da leitura e espero que eu tenha conseguindo despertar a sensibilidade dos leitores.

·        Qual é a aprendizagem que esta obra apresenta ao leitor? (Caso exista)

A única aprendizagem que o livro pode apresenta ao nosso leitor é - Não deixa a sensibilidade humana morrer. Nós temos a aura de inocência dentro de nós e temos que preservá-la enquanto vivemos em um mundo capitalista e violento.

·        Caso esta obra possua personagens, por favor, responda as seguintes perguntas:
- Quais são e seus traços característicos

David Forlin, o protagonista, é, sem dúvida, o personagem mais marcante e impactante que já criei. É o personagem forte, com seus dilemas e suas várias fraquezas. A impressão que tenho é que o personagem é incrivelmente real, por causas das suas atitudes e dos sentimentos que tem com os outros. Se for à vida real, eu gostaria de conhecê-lo pessoalmente e ser meu melhor amigo de toda a vida. Ele sempre aparece com seu inconfundível casaco de retalhos coloridos e um gorro na cabeça.

As crianças eleitas descritas no livro também são marcantes, por seres crianças especiais. Especiais que somente mais tarde o leitor vai compreender melhor.

- Quais as ligações entre os personagens?

David Forlin, é na verdade, a única ponte entre esses bonecos encantados, feitos de pano, e as crianças que terão suas vidas modificadas ao recebê-los. As crianças não conhecem este personagem e nem umas a outras, mas que todas têm em comum: que foram contempladas por bonecos encantados, que selecionaram-na para que possam transmitir seus ensinamentos e aprendizados a elas sabendo que no futuro elas irão tornar-se pessoas muitos importantes. Mas que nem sempre as crianças seguem os ensinamentos, acabando por desviar por outros caminhos.

·         Em que local e época a trama se passa?

A história se passa na America do Norte no ano de 1984, embora o livro não mencione o tempo, podendo ser atemporal, mas a época se passa justamente nisso.

·        Quais são os temas/assuntos principais e coadjuvantes abordados na obra? (p. ex.: nascimento, morte, velhice, traição, ciúmes, amor, pedofilia, homossexualismo, religião, perdão, crueldade, machismo, feminismo, tolerância, inteligência etc.)

O livro aborda vários temas como a morte, a tragédia, o amor, perdão, tolerância, a aceitação e a compreensão com as pessoas e das suas dificuldades. São assuntos bem abrangentes.


·        Qual o foco narrativo utilizado na obra? (p. ex.: Narrador-Observador, Narrador-Observador Onisciente, Narrador-Observador Câmera, Narrador-Personagem Protagonista, Narrador-Personagem Testemunha, Narrador Intruso e Neutro)

Gostei dessa pergunta. Quando escrevi o livro em terceira pessoa, visualizei o protagonista na maior parte do tempo, como se estivesse seguindo seus passos durante a sua trajetória, seus sentimentos e seus pensamentos. Então, podemos dizer que o foco narrativo é de Narrador-Observador Onisciente.

·        Qual a frase que mais marcou o seu livro, e dá a ele, o condão característico:

Chegou a hora de acreditar em mim, quer você goste ou não. E, quando tudo acontecer, não sinta medo. O que irá ver é real, e não fruto de sua imaginação. “Eles” querem que você os leve para as crianças. Saberá onde encontrá-las. Os bonecos vão lhe mostrar. Confie neles. São seus amigos. Criei-os com todo amor, muito mais do que você pode imaginar. Se os bonecos pedirem sua ajuda, não recuse. Compartilhe-a com eles.

·        Pretende apresentar a sua obra a uma editora tradicional? Justifique a sua resposta; e se já a apresentou, qual foi a sua experiência.

Já mandei para editora Rocco e foi recusado. O que foi bom, porque naquela época o livro não foi maduro o bastante. Anos depois, reenviei para a mesma editora e nenhuma resposta. Sextante, Cia das Letras, Record, Objetivas, todas recusadas. Até que mandei uma para editora Novo Século o meu livro foi aprovado para fazer parte da coleção Novos talentos da Literatura Brasileira, mas como o contrato pede que o autor faça a sua pequena parte para investimento do livro, fiquei meio que triste por não ter recurso financeiro o suficiente para bancar a minha obra. A editora NS é a minha preferida por trazer bons livros de autores estreantres e sempre compro que tenha selo "Novos Talentos de Literatura Brasileira", por trazer histórias novas, diferentes. Também o meu livro foi aceito pelas duas outras editoras, e mais não deu porque terei que arcar o custo para a preparação do livro. O valor para investismento é razoável comparado ao Novo Século, mas mesmo assim estou sem recurso para isso.Já tenho uma capa lindíssima feita pela competente e talentosa capista Marina Avila (não daquela capa que você está vendo o meu livro, esta foi feita por mim), que já fez seus trabalhos para Novo Século, Dracaena, Andross e Underword, esta que está em posse do meu manuscrito e que estou aguardo a resposta.

·        Qual a sua meta com este livro?

Vender bastante (risos). Todos os escritores querem. Mas a verdade é que o meu livro merece ser lido por muitas pessoas, mesmo que seja apenas 1000 leitores, mas isso já é um bom começo para me sentir como um escritor e que me faça continuar trabalhando no projeto livro. O Entregador de Bonecos é um dos primeiros volumes da trilogia.

·        Qual a sua análise, como escritor, hoje, da literatura brasileira?

A literatura brasileira está ressurgindo a todo vapor e espero que continue acontecendo. Na época em que escrevi o livro, a literatura brasileira não era muito valorizada, somente famosos como Paulo Coelho, Jô Soares, que conseguiram alcançar os sucessos, mas a maioria dos sucessos vem de fora. Livros de auto-ajuda também é bem mais sucedido, mas da ficção literária brasileira é muito pouco valorizada pelos maiores dos escritores estreantes. Mas agora, a situação está mudando e espero que continue dessa forma.

·        Insira um trecho do seu livro que você julga atrativo:

David, enlaçou sua mão, grande e forte, à de Mayra, tão pequena e frágil. Devagar, foi colando seu rosto ao dela. Finalmente, irrompeu no céu um último foguete, envolvendo o jovem e enamorado casal num brilho de luz verde esmeralda. Beijaram-se, hipnotizados pelo clima de magia e sonho que rondava o ar.




E ai, pessoal? Passei da entrevista? :-)))


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